
Em 1998, o Parque Estadual Fontes do Ipiranga, entre São Paulo e Diadema, mais conhecido como Parque do Estado, foi o cenário de uma série de assassinatos, que chocou o Brasil. No local, o motoboy Francisco de Assis Pereira, o ‘Maníaco do Parque’, abusou e assassinou 11 mulheres, além de estuprar outras nove.
Pereira entrou no radar da polícia em julho de 1998, quando seis corpos foram encontrados no Parque do Estado, atraindo a atenção da imprensa. Com o caso nas manchetes dos jornais, algumas mulheres, que conseguiram escapar do criminoso, procuraram a polícia e fizeram um retrato falado, levando a investigação até uma empresa de motoboys, onde a carteira de identidade de uma das vítimas foi encontrada.
A localização do documento fez Pereira fugir para o Rio Grande do Sul, mais precisamente para a cidade de Itaqui. Um pescador local, contudo, reconheceu o motoboy, que foi preso e, posteriormente, condenado a 284 anos de prisão.
As vítimas
Então com 30 anos, Pereira costumava frequentar o Parque do Estado para patinar e foi nas imediações do parque, que ele encontrou a maioria das suas vítimas, todas com até 24 anos.
Descrito como um homem de ‘boa lábia’, ele se aproximava das mulheres, a maior parte de baixa renda, com uma promessa de emprego. Se identificando como caça talentos, as convidava para fazer um ensaio fotográfico em ambiente ecológico. Porém, ao invés de fotografadas, elas eram humilhadas, abusadas e enforcadas com um cadarço.
Reprodução/Acervo Tv Globo
Rebelião e casamento
Quando foi preso, o depoimento de Pereira durou 72 horas. Ele admitiu ter matado as mulheres, mas dizia não ter cometido estupro. “Levava para matar. Era uma coisa que era para matar, não era para estuprar. Isso é um absurdo na minha vida”, disse em entrevista ao Fantástico, em novembro de 1998.
Já na prisão, o maníaco passou por alguns momentos curiosos. Um deles aconteceu em dezembro de 2000, quando ele chegou a ser dado como morto durante uma rebelião na Casa de Custódia de Taubaté.
Na ocasião, os presos se rebelaram e pediam melhores condições na prisão, apelidada de ‘campo de concentração’. Alguns detentos foram mortos, inclusive decapitados, mas a vida de Pereira foi poupada porque os líderes da rebelião, entre eles, Marcola, entenderam que se o motoboy fosse morto, a imprensa só destacaria sua morte e não divulgaria a reivindicação dos presos.
Após a rebelião, Pereira foi transferido para a penitenciária de Itaí, onde ficou marcado por receber milhares de cartas de mulheres, que se declaravam para ele. Em 2002, ele se casou com uma dessas fãs, uma senhora de 60 anos, natural de Santa Catarina, que passou a visitá-lo semanalmente e pleitear visitas íntimas. Não há relatos de que o casal tenha conseguido.
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